quinta-feira, 3 de junho de 2010

FÚRIA DE TITANS.

O filme trata da luta do homem por dominar a natureza, aqui representada pelos deuses do olimpo, impondo-lhe uma ordem humana, uma reorganização e controle, ou seja, trata enfim da construção do espaço geográfico que culminará no domínio capitalista onde finalmente a natureza será percebida apenas como um recurso e não mais como um poder em si mesma (o filme não chega a isso.).
Ao desvendarmos as metáforas  percebemos que o deus vingativo, Ades, que foi lançado ao submundo pelo próprio irmão, Zeus, representa as forças do interior do planeta Terra, o magma, as placas tectônicas. Seu filho, o "Crakem", é um tsuname ( lógico, filho do movimento das placas...). As bruxas e seu olho externo que tudo vê  e que dão a informação preciosa ao herói Perseu de como derrotar o crakem, representam a informática.
Sem essa lente fica sem nexo o enredo por ausência de âncora histórica e espacial, vira somente um conto de fadas entre o bem e o mal, que por recorrente se torna enfadonho.
Observa-se a demonização da natureza. Os deuses que a representam estão mais para demônios a atormentarem a vida já penosa dos humanos contrariamente ao que se viu em "Avatar".